Por que em 6 de março é celebrada a Data Magna de Pernambuco?

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O feriado presta uma homenagem a Revolução Pernambucana de 1817, quando o estado de Pernambuco se rebelou contra a monarquia portuguesa e criou um governo independente do resto do país.

Nos últimos três anos, o dia 6 de março passou a ser feriado estadual (em Pernambuco).

A homenagem comemora um grito de independência dado muito antes do “Independência ou Morte” de Dom Pedro, lá em 1817, em um movimento que não só transformou Pernambuco em um país, como alimentou o sentimento de República em todo o Brasil.

Para entender o movimento, é necessário primeiro compreender o contexto social da época. Durante uma grande seca que assolava o Nordeste há quase um ano, o príncipe Regente de Portugal, Dom João, trouxe toda a sua corte ao Brasil em fuga do poder militar conquistador de Napoleão Bonaparte. A concentração do poder em uma colônia poderia até trazer uma ideia de importância política, mas não foi o que aconteceu.

De acordo com professora de história Marcela Pessoa, a seca aliou uma crise do principal produto econômico da época, o açúcar, a um descaso da corte com o Nordeste e gerou um desgaste na relação entre a capitania e a coroa. “No dia 6 de março de 1817, os revoltosos tomaram o poder da capitania e proclamaram a república pernambucana, inclusive, organizando uma assembleia constituinte”, explica.

A organização desagradou bastante o governo português, que enviou diversos oficiais de Portugal e do Rio de Janeiro para Pernambuco em uma tentativa de dominar a capital do país, Recife. “Os oficiais reagiram de forma violenta e cercaram a capitania, torturando, enforcando e esquartejando cerca de nove pessoas envolvidas diretamente no movimento”, comenta Marcela.

Com a repressão, a “República Pernambucana” chegou ao fim 70 dias após o seu começo, em 19 de maio de 1817. Na época, Pernambuco era maior e foi separado para abrigar os fiéis da coroa, dando origem a Alagoas.

Bandeira de Pernambuco é “herança” do movimento
Confeccionada em 1817 durante o auge da revolução, a bandeira Pernambucana foi criada pelo padre João Ribeiro de Melo Montenegro juntamente o alfaiate com Antônio Alves José. A criação virou simbolo do movimento de resistência da Nova República e seguiu a capitania em sua transformação.

Em votação realizada na internet em janeiro de 2020, a bandeira pernambucana foi eleita pelos internautas como a mais bonita em linha reta.

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